A morte
do presidente venezuelano Hugo Chávez, anunciada na terça-feira (05/03/13),
abalou a América latina e o mundo, deixou uma lacuna no cenário político
sul americano. Com uma personalidade carismática conquistou o amor das minorias
e da população mais pobre da Venezuela, odiado pela elite por suas medidas
pouco convencionais que visavam a melhoria das condições de vida da população
em detrimento da propriedade privada, foi vitima de um golpe dado pela oposição
em abril de 2002 mas retornou nos braços do povo.
"Hoje,
somos uma referência internacional de alternativa vitoriosa ao neoliberalismo
".
Chávez não
deixa só um país com uma das menores desigualdades da América mais seguidores
na Venezuela e na América latina como Evo Morales, um dos maiores seguidores de
Chávez no cenário político internacional.
A luta pelo direito dos pobres e o
combate ao neoliberalismo foram uma das características mais marcantes dele, a
situação depois de seu governo melhorou, mas ainda sofre com as consequências
de um atraso tecnológico na produção nacional de bens de consumo, ou seja não
existe capacidade de produção para suprir o mercado interno. Essa situação foi
criada pelo medo da estatização que afastou muitos investidores estrangeiros
fazendo com que um avanço tecnológico tenha um custo mais alto para o país, uma vez que ele terá que bancar toda a pesquisa e produção.
Um dos
grandes problemas a serem combatidos pela próximas gestões é a violência urbana
que nada mais é do que uma consequência da proximidade com a Colômbia, pois a
Venezuela se transforma em uma rota de fuga e distribuição dos narcotraficantes
de cocaína, mas esse aumento da violência não refletiu na popularidade de
Chávez.
Como sabemos, o novo presidente Nicolás Maduro mesmo sendo do partido
que seu antecessor, ele não apresenta o mesmo carisma nem popularidade e terá
um grande desafio pela frente.
A Venezuela
terá que passar por um longo processo de mudanças, pois mesmo com uma
estabilidade conquistada com muito custo nos últimos anos eles terão que
conviver com uma oposição muito mais fortalecida depois da morte do ultimo
presidente. Historicamente a mídia venezuelana vem influenciando a escolha dos
presidentes, mesmo depois do fechamento de algumas emissoras de televisão, a participação clara da
mídia privada, empresários e militares define a influência e o poder acumulado
por estes conglomerados ao longo de anos, como foi visto na tentativa de golpe
em abril de 2002, que a manipulação de informações por estes grupos é uma forte
arma contra o governo.
Os antigos
poderosos (a elite econômica) tem relações muito próximas dos EUA, que vê a
Venezuela como um ponto importante de produção de petróleo e um ponto a ser
conquistado para a implementação da ALCA. Como muitos outros países da América
latina os venezuelanos se recusaram a participar principalmente pelo elevado
protecionismo dos EUA, não sabemos se o novo governo terá a mesma força e a
mesma influência para combater esse grande monstro imperialista.
@CarlosLatuff |
Nós ficamos apenas com uma dúvida: Será que o poder da mídia latino americana ficará afetado pela quebra de monopólios midiáticos, pelos governos que se formaram em
toda região? Essas restrições, afetam a liberdade de expressão ou formam uma pluralidade de informações?
Anderson Meireles
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